domingo, 1 de março de 2009

Carnaval africano

Carnaval na EBU Salvador Allende, 20 Fevereiro 2009
Traje de Carnaval mais visto na Guiné-Bissau: saias da etnia Bijagó, colares de contas, pele pintada com cal. No entanto, tudo serve como adereço para a máscara de carnaval: laços, apitos, colares, sacos, máscaras, fitas da árvore de Natal, panos coloridos, trajes étnicos, etc. Passagem de modelos em frente às salas das turmas piloto.
Junto dos alunos surdos: Um pézinho de dança tradicional
Uma das turmas piloto da 1ª classe (5-6 anos)
A maioria dos rapazes e homens vestem-se de mulher
"Ami rainha!" (Eu sou a rainha!)
Lanche de Carnaval organizado pelos professores das quatro turmas piloto da 1ª classe
Objecto utilizado pelos "fanados", tradição étnica
Traje e adereços de "fanado"
Os alunos da 2ª classe das turmas piloto contornaram, recortaram e pintaram máscaras em cartão.
A imaginação voou pela sala e... surgiram máscaras de vampiros!
Acabado o dia de escola, é altura de ir vender na rua. Banana, mancarra, saias bijagós...
Na voz continuam a baloiçar as canções aprendidas na sala de aula "todos os meninos, sabem bem contar (...) Já chegou a hora de a casa regressar, contente e feliz por um bom dia passar"
Foi uma 6ºf antes do carnaval igual às de Portugal, com as crianças mascaradas e sorrisos na cara. Não gosto particularmente do carnaval, mas aqui tem um brilho especial. A criatividade na construção das máscaras, a alegria de representar os papéis das diferentes etnias, os adereços trazidos de casa ou inventados à pressa no caminho para a escola ou com a ajuda dos colegas no intervalo.
Não há balões de água, bombinhas de mau cheiro nem estalinhos e ninguém sente falta. Todos cantam, todos dançam. "Ninguém leva a mal" e todos sorriem.
Eu estava cheia de pena por não passar o carnaval em Bissau, pois todos me dizem que é a maior festa do país e todos saem à rua mascarados. Adorei ver as crianças mascaradas na escola, e pensei que não iria ver mais nada relacionado com o carnaval. Enganei-me....
A avenida principal estava irreconhecível com a multidão que se dirigia para a praça do Império, despois dos desfiles. Para tentarmos chegar inteiros a casa, embrenhámo-nos no carnaval africano nas ruas, ruelas, desvios e atalhos. O regresso das mini-férias no Senegal ficou marcado pela beleza dos trajes e máscaras guineenses da população que saiu massivamente à rua e fez a festa. Num país sem dinheiro, a criatividade é a melhor amiga de quem se quer destacar.