Ainda na área da cultura musical, fui à festa do Liceu Dr. Agostinho Neto, onde se reuniram professores,visitantes e, sobretudo, muitos alunos. Houve diversos concursos, entre os quais o concurso de misses e o de playback, onde os alunos se inscreveram e encarnaram diversas personagens. Algumas das actuações mostraram-me como este povo está ainda profundamente marcado pela guerra e pela figura do herói nacional Amílcar Cabral. O denominador comum de todas as participações e do espírito de toda a festa foi a alegria e a boa disposição profundamente contagiantes!
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Concertos em Bissau
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Invisível aos olhos
Caju
O verdadeiro caju é este fruto que, quando maduro, é avermelhado. Àquilo que em Portugal chamamos "caju" é na verdade a "castanha de caju" que tem uma casca dura a revestir e tem de ser assada para depois ser descascada. O caju é o produto guineense mais exportado e uma das principais fontes de rendimento, a par do arroz e peixe. O fruto tem um cheiro muito característico e inconfundível e, mal se sai de Bissau, começam a ver-se inúmeras árvores com frutos vermelhos ou alaranjados pendurados. Há cajueiros por todo o lado e, nesta época, há fruto de caju à venda um pouco por toda a parte. Para além do fruto, vende-se também bastante sumo de caju, que fermenta em poucas horas e tansforma-se em vinho de caju. O vinho de caju é muito comercializado e muito barato. Muitas vezes, ao final da tarde, os vendedores acabam por oferecer o vinho (ou aguardente) para despejarem os recipientes e os voltarem a encher para vender no outro dia. Do vinho, pelo cheiro, nem me consigo aproximar. O sumo também não me convenceu, mas o fruto, esse, adorei comê-lo debaixo da árvore em Biombo. Fiquei toda pegajosa e pingada, mas aquele sabor ligeiramente ácido é delicioso... O caju é rico em vitamina C e tem uma textura fibrosa. Há quem coma todo o fruto, mas eu sorvo o sumo e deito o resto fora. Cá em casa tem havido sempre castanha, que é vendida já assada e descascada. Em Portugal só conhecia caju salgado ou picante, mas aqui não há dessas coisas. A castanha é comida ao natural e tem um sabor adocicado e viciante!
sábado, 18 de abril de 2009
Ilha de Orango Grande, Arquipélago dos Bijagós
Aproveitei o tempo de espera para fotografar a cabaceira (ou embondeiro), as pirogas, os pescadores, as crianças. Uma das imagens mais marcantes de África é uma criança às costas enrolada num pano e geralmente a dormir ou sonolenta. Um guineense regressava numa piroga com palha que servirá para revestir o telhado das casas da tabanka. Por vezes essa palha é colocada por cima das chapas de zinco, ou então directamente sobre a estrutura de madeira das casas de tijolos feitos de lama. Como não podia deixar de ser, meti-me logo com as crianças que por ali andavam a apanhar castanha de caju e a comer o fruto do caju.
Por fim, mais uma foto da árvore do principezinho, desta vez revestida de bolas de algodão rosado que se espalha pelas imediações e cobre tudo num manto de neve sob 40º.
Nestas mini mini-férias nos Bijagós aproveitei para descansar e para renovar as energias para mais uma temporada em Bissau, até regressar a Portugal para passar as férias do Verão. Nesta aventura vi paisagens deslumbrantes, uma mancha de crocodilo a fugir, muita passarada, um pedaço de hipopótamo e rastos de tartaruga. Fica a vontade de conhecer melhor a etnia Bijagó e a sua cultura, tão diferente de tudo o que nos é familiar no resto do mundo, e também a a vontade de voltar e conhecer as salinas e outras tabankas, para além de poder privilegiar de um pequeno paraíso "à beira-mar plantado" com gente acolhedora, paisagens magníficas, comida deliciosa e praias inesquecíveis.