sábado, 19 de dezembro de 2009

Ami na bai

Ami na bai para Portugal passar uns dias de frio, aconchegados pela lareira e pelos abraços dos amigos de lá e pela família. Por aqui sente-se o calor imenso, embora a temperatura tenha baixado e exija um casaquinho pela manhã. Desde que regressei no final de Setembro, o trabalho tem sido muito e o tempo para o blog Espalharte diminui. Até parece que tenho diminuido o nº de fotografias, mas não é verdade. Simplesmente não tem havido tempo para sistematizar e partilhar aqui.
O blog do Projecto Nós com África é onde tenho investido mais tempo e os resultados da campanha de angariação de materiais já se fizeram sentir. Distribuimos presentes a cerca de 300 crianças de duas escolas num só dia, que me fez começar a sentir o espírito do Natal. É claro que os Pais Natal guineenses ajudam a aumentar as saudades da iluminação das cidades, do bolo-rei sem frutas, das castanhas e dos jingles das ruas da baixa.


Aqui em Bissau deixo os amigos de cá, que se despedem sempre de forma tão calorosa que parece que vamos estar fora durante um ano. A ideia de uma viagem até Portugal é algo de fascinante na mente dos guineenses que nos pedem para trazermos as mais diversas coisas que na Guiné são mais caras ou de pior qualidade. Fica a promessa de trazer presentes ou simplesmente voltar e continuar o trabalho aqui.

O nosso voo está atrasado pelo menos duas horas e meia, por isso vou aproveitar para tentar dormir um pouco antes de sairmos de casa para o embarque. A consulta do dentista de amanhã em Tomar será possivelmente adiada, o que significa um atraso para arrancar os dois dentes do siso que me andam a chatear monstruosamente há uma semana.
Fica prometido para o novo ano, 2010, que colocarei aqui mais fotos e descrições das aventuras da Guiné-Bissau e da cultura das diferentes etnias com a qual me estou a fascinar cada vez mais.

Desejo um Feliz Natal a todos os que o celebram!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ofertas de material escolar

Para enviar ofertas para as crianças das escolas da Guiné-Bissau basta recolher materiais escolares (cadernos, lápis, borrachas, afias, marcadores, lápis de cor, cola, fita-cola, tesouras, pastas, dossiers), material informático, manuais do Ensino Básico, dicionários, gramáticas, livros infanto/juvenis, livros de pedagogia, ciências da educação, etc.

As encomendas podem ser enviadas através do correio económico dos CTT no regime especial para a Guiné-Bissau. Por cada encomenda até 2kg paga-se € 2,98. As encomendas devem estar endereçadas a:
Ofertas PASEG - Cooperação Portuguesa
Apartado 24 Bissau, República da Guiné-Bissau

Todas as ofertas serão encaminhadas para as Oficinas em Língua Portuguesa nas Escolas do ensino Básico e Secundário onde o PASEG trabalha ou serão oferecidas directamente aos alunos e professores Guineenses pelos professores do PASEG.
As crianças guineenses agradecem todas as ofertas com um sorriso enorme e um brilho especial no olhar!

Escola debaixo da árvore


As árvores servem para dar frutos, oxigénio, sombra e, neste caso, servem também para abrigar uma escola nómada que funciona debaixo de uma mangueira, pé di mango, em crioulo. 

O Mister Mondjano é o professor que lecciona nesta escola e é também o responsável pela sua existência há tantos anos, que nem ele sabe quantos. Sempre ensinou os mais pequenos, desde que ele próprio era pequeno. A escola já funcionou debaixo de outras árvores, mas agora é neste espaço que as 78 crianças desde os 3 até aos 12 anos frequentam as aulas.

Desde a pré-primária até à 4ª classe, os alunos vão a esta escola privada com o banco ou a cadeira à cabeça, trazida de casa, pois a escola não tem esse tipo de materiais. No final do dia lá regressam eles a casa com o banco à cabeça e mochila às costas. Os recursos visíveis são dois quadros gastos pelos anos encostados ao muro, dois bancos para o professor pousar as suas coisas e uma bacia.

Alguns têm livro de leitura, a maioria tem caderno mas TODOS sem excepção têm um enorme sorriso e um brilhozinho nos olhos muito especial de cada vez que o flash dispara. Se a alegria é tanta ao ver a máquina a fotografar, imaginem quando estas crianças receberem um presente enviado com todo o carinho directamente das crianças portuguesas do Agrupamento de Escola José Saraiva, de Leiria, na Campanha "NÓS COM ÁFRICA"!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Tchuba na tchubi

Tchuba na tchubi: A chuva está a chover.
A chuva na Guiné-Bissau é algo de extraordinariamente belo. Há diversos tipos de chuva, cada um com a sua beleza e singularidade. Há a chuva que é precedida por uma ventania descomunal que levanta uma nuvem de terra vermelha que se infiltra em todos os recantos. A ventania dura uns minutos e varre tudo o que não está pregado, aparafusado, colado ou não é pesado o suficiente para aguentar o vento. Mal se ouve o vento, vêem-se todas as pessoas a correr para casa, para os carros ou para os taxis. Eu corro também para a varanda para fechar as portadas que irão bater com toda a força se não forem trancadas.
Minutos depois acaba a ventania e a chuva começa a desabar do céu cinzento.

Já vi chuva miudinha, já vi chuva forte, já vi dilúvios que tudo levam. As valas enchem e a água precipita-se pela rua abaixo, num ribeiro vermelho onde bóiam chinelos, sacos, papéis, garrafas, latas, etc.

Estas fotos foram tiradas na última grande chuvada de 2009 em Bissau. Segundo consta no calendário popular, a chuva começa invariavelmente no dia 15 de Maio e termina dia 1 de Novembro. Este ano foi excepção, mas valeu a pena pois nesta altura as chuvas são geralmente de noite e não conseguimos apreciar este espectáculo da natureza.

Desta vez eu estava em casa, no fim de semana comprido. No dia 2 de Novembro comemora-se na Guiné-Bissau o dia dos fiéis defuntos, dia em que se colocam coroas de papel nos cemitérios ou à porta de casa. Desta vez não ouvi a ventania nem vi os relâmpagos que antecedem a maioria das tempestades. Às vezes a chuva acaba por nem cair, mas os relâmpagos transformam-se numa sessão de cinema durante horas, em tespestades secas.

Mal ouvi a chuva, corri para a varanda e logo em seguida voltei para ir buscar a máquina fotográfica. Após uma hora de chuva intensa, a rua tinha cerca de meio metro de água e várias pessoas corriam em várias direcções. Corriam para casa? Corriam para algum sítio seco?
As crianças das fotos acima estão diariamente a pedir esmola "sêmóla, pátrôn", "pati 100 fran". Estes miúdos, que nos seguem por diversas ruas, estavam agora completamente encharcados, descalços e aventuravam-se pelas ruas enlameadas e algumas com água que lhes chegava pela cintura. 

 O Mussa, o rapaz das bananas que tem uma orelha esquisita anda sempre a chatear para comprar bananas "amiga, compra banana". Fica horas seguidas em frente ao portão do nosso prédio à espera que algum de nós lhe compre bananas, até acabar todas e poder ir para casa com o dinheiro. Não sei se vai à escola, mas desconfio que não. Nesta tarde, enquanto eu apanhava uma molha a ver e fotografar a tempestade, o Mussa atravessava a rua com a bandeja cheia de bananas.

Fiquei encharcada, enregelada e o vento fez com que a máquina apanhasse salpicos de chuva por diversas vezes. Decidi ir tomar um banho quente e vestir uma roupa seca. Mal acabei, voltei à varanda e acabei por lá ficar mais uma hora a fotografar, a olhar, a sentir. Numa das vezes em que me aventurei a meter a cabeça mais para a frente e espreitar o fundo da rua, encontrei este toca-toca, o transporte público de Bissau, atolado no dilúvio. Havia vários guineenses a empurrá-lo e, passados uns minutos, ele lá continuou o seu caminho.

Entretanto a chuva abrandou e o nível da água foi descendo lentamente, deixando vestígios de lama e lixo. A cidade regressou à normalidade e esta última chuvada deixou-me com saudades dos fins de tarde a ver os relâmpagos e sobretudo do cheiro a terra molhada, tão especial quanto indescritível.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Kaminhu di riba

Ontem fiz o kaminhu di riba, ou seja, o caminho de volta, a viagem de regresso a África. Ao sair no Aeroporto Osvaldo Vieira do katchu di feru, que traduzido à letra é um pássaro de ferro, a humidade estava quase nos 100% e os 27º fizeram-se sentir pela madrugada enquanto esperávamos as malas e também na viagem pela Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria. Essa viagem na carrinha do Zeca, o motorista do projecto, foi bastante diferente da mesma viagem realizada há um ano atrás nos meus primeiros momentos em África. Já não me espantei com a falta de iluminação pública que é colmatada através de velas que se vêem em maior quantidade com o aproximar do centro de Bissau e que me encantam pelas sombras que formam ao seu redor.
Hoje, ao abrir a porta de casa, senti o mesmo bafo quente mas menos húmido que no ano passado. A época da chuva acaba a meados de Novembro e até lá a tchuba vai sendo menos frequente e a humidade também vai descendo.
Estou aos poucos a relembrar pormenores esquecidos durante as férias em Portugal, como as cores de África, o som do gerador, a baixa pressão do chuveiro, os mosquitos, os carreirinhos de formigas, o cheiro da terra, os panos africanos, os abutres a pairar sobre a cidade, ferver a água, tomar banho de boca fechada, o caju, as bananas e muitos outros pormenores que vou redescobrir neste novo ano como agente de cooperação na Guiné-Bissau.

sábado, 26 de setembro de 2009

Feriar

Feriar é o acto de estar de férias, segundo os guineenses. Acho que foi um dos verbos mais divertidos que já aprendi, dos que foram criados pelos guineenses. É quase tão engraçado como o verbo "diarrear" que significa estar com diarreia e "fitacolar", quando alguém utiliza a fita-cola. Também aprendi o verbo "desconseguir", o que acontece com alguma frequência com cada um de nós que vai para África dar o seu contributo.
Pouco antes de vir de férias foram vários os que me questionaram:
- "A professora Telma vai feriar para Portugal?"

Sim, eu feriei um pouco por todo o Portugal, sobretudo pelo norte mas também um pouco pelo centro e Alentejo. Foi delicioso ver o nosso portugalito e perceber uma vez mais que a nossa percepção da realidade que nos envolve é bastante condicionada pelo contexto em que estamos inseridos e que tudo é relativo. Quando vivi na Dinamarca senti um grande choque ao regressar ao meu país que me pareceu tão parado no tempo, tão atrasado e tão sub-desenvolvido. Desta vez, ao regressar de África, Portugal pareceu-me muito sofisticado e desenvolvido. É assim mesmo, tudo é relativo.
Nestas férias gostei sobretudo de partilhar a minha experiência, contar as aventuras e desventuras mais divertidas. Gostei sobretudo da reacção das pessoas e do interesse em saber mais sobre este país extraordinário. Agradeço a todos os que continuam a dar força e a enviar energias positivas para que o nosso trabalho junto das populações seja mais eficaz e produtivo. O regresso a Bissau está para breve e na bagagem seguem mais projectos e ideias a implementar, que irei resumindo ao longo do tempo aqui no Espalharte.

sábado, 18 de julho de 2009

Dispidida ka sabi

Dispidida ka sabi...

Parto daqui a um par de horas de Bissau, rumo a Lisboa. Na bagagem levo inúmeras aventuras e a certeza de que cresci bastante e deixei aqui um contributo positivo. Regressarei em Setembro para novas vivências e para reencontrar estas gentes e esta cultura que tanto me ensinou ao longo deste ano e que certamente me levará a mais descobertas deliciosamente enriquecedoras.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Tempo para viver

"TEMPO PARA VIVER"

Passamos por vários momentos
Os mais difíceis, os mais fáceis,
os mais perigosos e os mais mansos
Todos são momentos importantes
Pois fazem parte do tempo
Do tempo que temos para viver
Crescemos como uma árvore
Estendendo os braços longos, como se fossem ramos erguidos
Os pés bem colados na terra
Firmes em suas marcas e caminhos
Raízes longas e profundas de homens fortes e determinados
Corremos como um rio
Pois em nossas mãos estão nossos ideais
Com olhos fixos em água de espuma
Vontade forte e única
Momento de sermos uns pelos outros
Lutando constantemente... sem desistir
Conquistando migalhas duras
Este é o momento em que podemos ter um tempo novo
É tu és a esperança que nasce na madrugada
Que cresce nas tardes de Setembro
E aquece o coração da vida
E assim
A luz perfeita e mais dourada
Como a fonte que sempre me lembro

por Maran Banora

(Do livro "Histórias das Tabancas, Histórias criadas e contadas pelas mulheres da Guiné-Bissau, Aryran)

sábado, 11 de julho de 2009

Ano lectivo na Guiné-Bissau

O ano lectivo guineense foi bastante peculiar devido às constantes paragens causadas por greves e boicotes de professores pela falta de pagamento de inúmeros salários em atraso à função pública. A par disso, a instabilidade política e militar da Guiné-Bissau e os assassínios de diversas figuras políticas acabaram por contribuir fortemente para o caos em que o ano lectivo se transformou.
As aulas iniciaram só em Janeiro e houve logo diversas greves, seguidas pelas paragens do Carnaval e assassínio do Presidente da República e Chefe de Estado General das Forças Armadas no início de Março. A partir daí ainda houve algumas semanas de aulas até à interrupção da Páscoa.
Depois dessa altura, os professores do Ensino Básico receberam alguns salários e as aulas nas escolas do Ensino Básico Unificado continuaram em força e terminaram após a realização das provas no final de Junho. Em contraste, as aulas em alguns liceus de Bissau só foram retomadas há algumas semanas e, mesmo assim, sem grande adesão por parte de professores e alunos. Agora a chuva já marca a sua presença e todos se queixam da decisão de prolongar as aulas até finais de Agosto, uma vez que a água entra dentro de algumas salas e não permite aos alunos sentarem-se nas carteiras. A falta de dinheiro para pagarem transportes públicos também faz com que muitos professores e alunos não possam deslocar-se a pé quando caem as grandes tempestades. De qualquer forma, as aulas nos liceus estão a decorrer e os alunos terão de fazer provas finais para transitarem de ano. Será que há um número mínimo de dias lectivos? Quais foram as aprendizagens efectivas dos alunos guineenses? Como é que um aluno pode transitar para o ano seguinte sem os requisitos mínimos? E os alunos que estão na 11ª classe e transitarem de ano podem-se matricular no ensino superior depois deste ano tão atribulado?
Os pagamentos dos salários de 2009 aos professores guineenses está a começar a ser efectuado e há promessas de, a partir de agora, cada salário ser pago no final do mês. Será verdade? Isso ajudará em muito a melhoria do sistema educativo guineense e, consequentemente, da formação dos jovens guineenses que se mostram desmotivados para os estudos, embora tenham invariavelmente uma grande esperança no futuro do país.

Liceu Dr. Agostinho Neto

Há diversos liceus em Bissau, um dos quais o Liceu Dr. Agostinho Neto que fica na rua das escolas onde há também o Liceu Rui Barcelos da Cunha, a Escola do Ensino Básico Unificado Salvador Allende e ainda o Liceu Nacional Kwame N'krumah.
Gosto particularmente do Liceu Dr. Agostinho por este pátio sempre impecavelmente cuidado. O facto de ser um espaço interior e resguardado pelas salas faz com que não se transforme em local de passagem da população e é possível manter os bancos de madeira e caixotes do lixo coloridos, entre outras coisas que noutras escolas de Bissau desapareceriam em pouco tempo.
A Oficina em Língua Portuguesa destaca-se pelos desenhos coloridos que, juntamente com os livos e jornais no interior, atraem os jovens em tempo de aulas e também durante as greves e paragens. As Oficinas do PASEG têm a vantagem de estar sempre abertas para receber os alunos, principalmente quando as paragens se prolongam e se dinamizam actividades e cursos diferentes que podem ter a ver com as áreas curriculares como o Português e Matemática, ou cursos virados para a componente artística, musical, experimental, etc. O acesso à internet é outro dos aspectos que chama muitos professores e alunos às oficinas durante todo o ano.
Este liceu não escapa à peculiaridade deste ano lectivo e o retomar das aulas deixou ainda muitas das salas vazias ou, por vezes, com os alunos lá dentro mas sem o professor. Há alguns meses atrás, quando as aulas decorriam com normalidade, fui lá assistir a uma parte da festa da escola, com muita animação e ritmo.

Estavam nesta festa centenas de alunos e eu interrogo-me... Onde é que estão esses alunos agora? Vão passar de ano? Vão ter dinheiro para pagar as propinas do próximo ano lectivo, apesar de correrem o risco de voltar a não haver aulas regularmente? Os conhecimentos adquiridos este ano foram bem trabalhados e assimilados? Vão sofrer consequências no seu futuro devido a esta instabilidade? Vão exigir o seu direito à educação?

Será que estes jovens vão ver cumpridos os Objectivos do Milénio?

Bolas de sabão em África

Antes da 1ª volta das Eleições Presidenciais antecipadas da Guiné-Bissau, no passado dia 26 de Junho de 2009, as escolas do Ensino Básico prepararam-se para terminar o ano lectivo. Assim, nós preparámos as provas dos alunos da 2ª classe das turmas piloto para que elas fossem aplicadas e corrigidas a tempo de se lançarem as notas e fazer a entrega as avaliações ao pais antes do dia das eleições. Na foto, um dos alunos termina a sua prova de Ciências Integradas.
Para desanuviar dos dias de provas, aproveitei a Oficina Artística onde tento sempre espalhar a arte, para experimentar de novo a actividade das bolas de sabão. Da última vez que fiz bolas de sabão com cianças guineenses houve algumas falhas, mas como sou muito teimosa aproveitei a dica de um amigo e levei cabos de teclados velhos que os alunos cortaram e tiraram os fios lá de dentro, ficando apenas com o tubo de fora. Metemos água, detergente da loiça e açúcar dentro de copos de iogurte e a magia começou.
Rapidamente peceberam que, se soprarem pelo tubo para dentro dos copos, o efeito é bem divertido. Eu já não fazia isso há tantos anos, que quase tinha esquecido as horas passadas a soprar água com sabão azul...
A diversão e euforia foi tanta, que qualquer bolhinha que caísse no rosto ou braços das crianças era motivo para me arrastarem até eu ver e fotografar.
Apareceram miúdos de toda a escola a pedir tubinhos e copos e alguns pegaram nas suas palhinhas do sumo e deliciaram-se com as cores das bolas de sabão, apesar de o sol estar encoberto pelas nuvens da chuva cuja aproximação se estava a fazer notar também pela humidade irrespirável que andava no ar e que me faz suar litros de água.
Depois de recolher o material, dirigi-me às salas das turmas piloto para observar as aulas e acabei por não resistir e distribuir os copos e tubos pelas duas turmas, que se divertiram imenso. Houve uma aluna que perguntou se aquela era a prometida prenda do final do ano e eu disse-lhe que sim e, uns dias depois, aparecemos lá com material escolar para distribuir pelos alunos (essas fotos ficam para outro post).

Adoro África por esta simplicidade e pela facilidade de fazer um batalhão de miúdos sorrir com algo tão banal e efémero, mas ao mesmo tempo tão mágico como bolas de sabão!